Carreiros ou Casal dos Carreiros, localidade da freguesia de A-dos-Francos, que mantêm ainda a Malaposta, um edifício de excelente construção, com a planta em U e alçados com cunhais almofadados, abertos por vãos de lintel semicircular. No interior, o espaço do corpo central era ocupado pela sala, e os volumes laterais que articulavam as zonas de serviço com os quartos e a casa de banho.
Em Portugal o serviço postal remonta à implantação do Correio-Mor que, esteve a cargo da família Gomes da Mata durante dois séculos. Mas em 1797este serviço passou a ser administrado pelo Estado, desenvolvendo o processo da Malaposta, como já há muitos anos se vinha a desenvolver por toda a Europa, isto é, substituir os antigos correios feitos a pé ou a cavalo, por diligências.
A estação foi construída entre 1855 e 1856, altura também da construção da Estrada Nacional n.º 115, que ligava Lisboa ao Porto. O serviço de transporte nesta altura demorava 23 horas, tempo que foi alterado apôs a construção do edifício, pois todo o transporte fosse ele de correio ou passageiros passou a demorar uma média de 34 horas, visto que as diligências paravam nesta localidade para descansar, tratar dos animais (cavalos) ou até para os passageiros poderem descansar.
É assim, o inicio de uma nova fase do transporte de correio e passageiros no país, em que as estações de muda de cavalos ofereciam uma melhor qualidade nas condições que se ofereciam aos viajantes que ali pretendiam pernoitar.
A abertura da linha de caminho de ferro em 1864 aproximou o fim do serviço Malaposta, mas mesmo assim ainda se manteve em actividade por algum tempo.
A Malaposta, desde 1993 foi classificada como um Imóvel de Interesse Público, mas em 2010 o seu proprietário, Estradas de Portugal, S.A., levou o edifício e os terrenos que o circundavam a leilão. Neste momento pertence a um particular residente na freguesia.
Este edifício, ainda hoje é motivo de orgulho para a população local, pois se inicialmente servia como estação de muda de cavalos, posteriormente serviu de habitação para os cantoneiros que trabalhavam no arranjo da Estrada, ou no controlo do volume de tráfego que circulavam por esta estrada.
Apesar de agora ter perdido o título de Imóvel de Interesse Público, ainda assim mantêm a sua grandiosidade e imponência.